sábado, 29 de outubro de 2011

O cego azul claro de seus olhos..

Os tais que me olham e não dizem, que me perseguem em meio a uma multidão de poucas pessoas, em meio a um turbilhão de meias palavras, não ditas, jamais criadas.


Olhos tais que julgam sem saber, ou cobram por achar que devo demais. Ou brigam por ser diferente, por estar distante, ou confrontar seus ideiais naufragados e utópicos de uma vida que se criou a meio século de existência e só me faz sufocar.

Olhos esses que provocam lágrimas aos meus, e um sentimento averssivo, quando junto com eles vem todo o seu imperialismo barato, que ainda recebe auxilio de olhos submissos que não fazem outro a não ser me odiar por quem me tornei. Ora que ironico, odiar a quem me tornei, se foram suas atitudes que me fizeram assim.

Olhos quais me provocam um subito sentimento de defesa, já que não posso atacá-los. Confronta-los agora seria uma loucura fora de questão. Pois se torna menos doloroso sarar ataduras do que reabri-las e instaurar novas.

Olhos esses que me fogem e me vigiam, e me encontram em meio a uma bagunça, disfarçada de felicidade aparente e sorrisos doces, de mãos quentes e abraços gelados. Olhos que me instauram fuga pessoal, pois tais olhos me persseguem de todos os lados, e já não é seguro ser vigiado.

Olhos tais que me procuram e ainda acham, mas não sabem que, em meio a pouco tempo ou por ventura de segundos, desaperecerei como se jamais aqui tivesse vivido, virarei lembrança utópica, vontade, loucura da imaginação de olhos que não sabem ver.