As palavras mentem, contradizem e não expressam nada. Elas passam, ensinam, tornam-se velhas e visitáveis, alojadas em asilos de lembranças infintas, onde pairam os versos mais doces e os gritos mais terríveis, as palavras ferem, mas isso é opção do ouvinte, porque afinal a interlocução é um erro de comunicação grave entre duas pessoas.
A palavra cantada encontra e lava a alma, e faz com que essa se perca, se afunde e procure os letreiros azuis ou vermelhos, com uma variação de tons vazios nas ruas. As palavras não sabem como terminar, e elas começam bem, mas mesmo nessas condições uma infinidade de pontos finais ainda não resolveriam metade das histórias escritas, descritas e aposentadas por aí, pois da aposentadoria partimos todos para a morte das palavras, e o cemitério anda cheio de promessas não cumpridas.
A palavra escrita traz provas vagas, defeitos imensos e uma caligrafia gasta. Traz realidades não condizentes, lembranças inesquecíveis, que morrem e deixam a saudade, pois aquilo que ainda está vivo é passível de solução, mas o que fazer quanto a morte da palavra?

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