Nos dias que decorreram após um grande cansaço, e a quebra dos paradigmas se passaram, cortou o cabelo, para que assim, não cortasse os pulsos e as veias que ligavam todas as relações essenciais e vitais que faziam ponte com o mundo exterior. Mudou o modo, as cores e deixou algo na alma morrer, pois sempre foi consumida demais pelas expectativas externas, e deixou que o tempo passasse. Conquistou pequenos sucessos, coisas que qualquer um no seu lugar, acharia a coisa mais estupenda do mundo, calou seu semi-fracasso e prosseguiu. Calou amores, calores, sucumbiu o coração, o trocou por pedras, e seguiu fingindo que era feliz. Alguns meses depois, e mais um corte, cortou as pontas, para que os vínculos não crescessem, e mesmo contra a sua vontade cresceram. O coração de pedra, foi despedaçado por um barbudo, que no fim das contas era um sapo da pior espécie e teimosamente floriu por um semi-príncipe com data marcada para ser feliz e eterno. Nesse entremeio caiu no abismo, pulou da ponte, pois nada a supre mais, as pequenas alegrias, os bons conselhos, ou a cerveja na sexta-feira não suprem a falta, mas a falta de quê?
A falta dela, de uma cor nova, da alma. A falta de algo que se perdeu quando o mundo dos adultos entrou na história, matou a menina, mas se esqueceu de trazer a mulher cheia de vida, que essa pobre e iludida menina pensou que um dia seria. Faltou trazer o amor, faltou trazer qualquer coisa satisfatória pra uma alma exigente, faltou ela, eu, você e todas as coisas que se podem ver.
Tá faltando vida na vida dessa menina, e quem pode mudar sua sina?