sexta-feira, 9 de novembro de 2012

dois ..

Parece que se passaram dois dias e apenas uma hora findou-se.


Apenas uma bordada pra alguém feliz, para o otimista e cansada para a chuva. Apenas uma, das muitas que ainda virão na ausência do pensamento, na certeza de que as coisas acabaram de vez. 

Os minutos multiplicam aquilo que se esqueceu, por esforço, por vontade, ou apenas por ausência de espaço, pois oras, os bytes da memória de elefante se esgotaram, e ao se restaurar o caminho perdem-se informações, histórias boas e o mais confortante de tudo, seus sorrisos, suas páginas, e o mais intrigante é o não ganhar em que tudo isso acarreta.

As coisas estão ali, porta a fora, para que alguém as leve, na certeza de que o vaso de flores não floriu dessa vez, a primavera atrasou-se de propósito, para chegar ao calor do verão.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Toc, Toc, Toc ..



Três batidas mais fortes e nada ..
O telefone toca, engano pela octogésima vez, ausência, perigo e o monstro que mora ao lado de companhia. 
Tim tim tim, tilinta o peso de uma data caindo ao chão, de um emprego não dado, elipse, gramática, literatura, nem história do mundo ou bio-química e ataque nuclear resolveriam. 
Os cálculos matemáticos já não adiantam, as probabilidades caíram por terra, as estatísticas então já se foram há muito, o que sobra?



Clap, Clap, Clap, alguém chama na janela, será que é quem se queria, ou apenas o carteiro ou a vizinha?
Clap, clap, clap mais uma vez chama, é a morte, é a sorte é o livro que faltou, é a história mal contada, o dia não acabado. 
Trim, triiim, toca o telefone, êxtase, paralisia, choque, quem seria, por sorte alguém, que não tinha nome, endereço ou laço algum, estranho expectador, chega cheio de perguntas a sala, materializa-se irrompe as barreiras.
Fim do dia, tarde demais.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

a lhe esperar

As gotas caem confusas no meio de tanto brilho, um sol reluzindo na neve que derrete com a primavera, de uma flor que nasce na janela, e da sua presença bela.



Tá arriscado florir assim, seja breve, seja doce!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

pela janela no quarto

em cinco ou seis esquadros, tudo não passaria de lembranças, nunca foi e não é, dormiria com o amargo de não mais viver.



esperaria pelas chances e uma constatação inesperada, ser infeliz é uma escolha e não culpa, passou de esquadros á molduras e procuras perfeitas, pois bem, sozinha morrerá.

escolheu rostos imaturos, bonitos e cresceu achando que, nada mais valeria a pena além de suas convicções utópicas de que a vida seria eternamente aquilo que se vê, bobagem.

optou por ser infeliz, pela rapidez e facilidade de sentir dor, preferiu o mal me quer, não viveu e vagará pelos bares, pelas ruas sem violão, sem amor, sem canção.

perdeu-se em devaneios, lembranças, memórias, mal-me-quer, subsidio, substituto, não vive mais, não quer, não se serve e jamais bastaria.

subsidiar sentimentos, não trará memórias iguais, o jogo acabou, seus esquadros chegaram ao fim. Adeus.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

e-terno

numa fração, dois terços, um segundo a menos, findou-se




Lembranças pairam nas galáxias mais distantes, nos caminhos mais tortuosos, e todos seguem, menos você, findou-se, conheceu o céu, não mais voltará, até logo amigo, obrigado.


domingo, 17 de junho de 2012

vinteedois

Gritos, sussuros, e a perturbadora verdade ao redor, incomodando e gritando de forma literária em cada gota de sangue que escorre pelas paredes insólidas da alma.



Se reparte, apresenta e derrete cada gota de gelo, transformando-se em mar vermelho, afoga as convicções e utópias, afinal, essas jamais valeram muito, e no meio da maior turbulência nem o maior conto literário salvaria almas, vidas ou qualquer outra forma existente.

Utópias ausentam-se sem deixar vestígio, silêncio, sussuro, não há mais abrigo, perdeu-se num certo vinte e dois, de um mês que afinal me faria escrever as mesmas palavras utópicas, para que se lesse, sorrisse.



sábado, 18 de fevereiro de 2012

Posto ângular

Sentado na praça, conversando com a vida, milho aos pombos, sorrisos gastos, labios entre-abertos e a certeza de um fim inesperado ..


Finda, como todo outono ou primavera, como cada manhã, ou tarde, ou sentimento tardio que se possa ser nomeado, some, esvai-se, causa cólera, angustias, ardor, sangra, fere, volta e passa.

Ao passar se faz desapercebido, reencontra, limita-se , sentido nenhum faz, prega, emprega e treemprega-se em defesas, palavras apenas. Ataca, chora, ri e vigia, pois não pode tocar, enciuma-se de pensar, ora a culpa é sua.

Troca, quer e volta, elipse mal empregada, matéria gramatical desperdiçada, literatura exilada, história extinta, casa mal pintada .. Pose de poema, versos, rimas, mal dizeres, ora quanta confusão se apresenta, ângulos, tri-ângulos, postos, re-postos, perdidos, mas se há em verdade, ainda são não achados.

Abstrato, ineficiente, inaudivel, não entendido, ora que, posto sem poder essas palavras que lhes são apresentadas, jamais sentidas, por ora geladas.

Não há queixas, fatos ou argumentos, ausentam-se todas as coisas paupaveis, sentiveis, esvaem-se de forma com que, sobre apenas geometria, não plana, não desenhada, muito menos literária.