Há uma página em branco a frente, muito pra falar, nada a dizer. As palavras ecoam no silêncio do precipício em que se encontra a luz da lua, as coisas que não ficaram, e a alma que está a três passos do suicídio.
Há um lago, no ponto exato onde se caem os suicidas, servindo de espelho para seus atos, pairando sobre si a culpa de carregar a morte. Há flores nas margens, como aviso e presente aos mortos. Há olhos que choram por todos os lados, aflições, almas, almas e mais almas.
Almas de todos os tipos, poéticas, tristes, felizes demais para caber na vida. Há ainda as angustiadas, as vazias e as sem razão, mas todas elas mataram-se por um motivo ímpar, que tornou-se par, que virou um grupo de almas mortas, presas dentro delas mesmas.
A alma morta mora aqui, aí ou acolá. Mora em todos os olhos, em todos os fatos e afetos, no amor que se deu, na vida que se foi, mora com um cativante desejo de desintegrar-se á luz, numa manhã de domingo.

Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEstou caminhando em direção à melhor vista deste espelho.
ResponderExcluir(Excelente texto)