sábado, 23 de abril de 2011

So sweet as a poisoned apple.


Maçãs são belas, leves, e docemente envenenadas assim como muitas pessoas. Prazer sou uma delas, e adivinhe? Você também é.

O veneno que engloba as vidas, toda a maldade e a incompreensão fazem mais parte da sua vida do que se imagina. Tal artificio apresenta perigo às pessoas, alias, apresenta perigo a pessoas despreparadas, pois assim como você é bem capaz que quem está do seu lado, só está esperando a hora certa para dar o bote.

O veneno presente na sociedade é muito mais letal e delicioso do que os encontrados por aí, pois ele te envenena de forma doce, de uma forma que te agrada, que te satisfaz, tal veneno que se espalha de forma cada vez mais rápida tem o seu aval para funcionar sobre você e sua casa, sua vida, seus amigos, pois você é o transmissor de tal coisa.

É engraçado não é, sermos tão vitimas e tão donos desse veneno? Tão detentores de suas causas e tão indefesos quanto as suas consequências, sermos tão donos de toda a verdade e tão promissores contando mentiras.

É a fortaleza humana é uma maçã envenenada, uma só não, uma série delas, que espalha ódio e rancor por aí, e envenena corações inocentes, que machuca almas, que fere corações. A fortaleza humana é o ódio, as mentiras e o veneno, e acredite se puder, mas as palavras também são mentiras.

terça-feira, 19 de abril de 2011

E digam o que disserem

A solidão é o mal do século... (Renato Russo)
Em meio a tanta gente, a tantas coisas materiais, físicas e palpáveis, ainda assim em meio a sentimento nenhum. É tão estranho quanto um sonho ruim, é inexplicável a necessidade de carinho que há nas pessoas, e a ausência de carinho no mundo, é aterrorizante pensar que a pessoa ao lado enxerga o próximo como objeto, como mais uma peça essencial para o agora, sem pensar em cultiva-la, em cativa-la.
É angustiante e conflitante tanto esforço pra nada, pra não conseguir fazer brotar um sorriso, não conseguir fazer nascer uma flor, por puro egoísmo ou pura ausência de vontade. Caso não saibas, solidão é também egoísmo, mas não é o seu egoísmo, é o egoísmo do próximo, que finge te cativar e te larga ao vento, que te nega um decimo de seu carinho, de sua amizade, que te julga, te usa e te descarta.
A solidão é muito mais que o mal do século, ela é o mal do mundo, o mal da vida, pois desde que há vida há solidão, desde a primeira troca afetiva não reciproca. Trocas afetivas... Não é fascinante pensar nelas? Em como nós as banalizamos e em como as transformamos em nada? Em como nós nos sentimos quando fazem conosco o mesmo jogo habitual, aquele em que somos tão bons? É tão difícil aceitar que, há pessoas no mundo tão capazes quanto você não é? É difícil imaginar e aceitar também que somos dependentes de tal sentimento.

P.S: A solidão que muitas vezes é a melhor saída para muitas coisas, e particularmente ela vem sendo minha companhia há tempos.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Open my eyes...

Os olhos mentem dia e noite a dor da gente...

Os olhos são sensíveis a tudo, porém, os olhos são os que mostram a mais difícil das verdades. Os olhos não mentem, eles dizem o que a alma tenta, a todo custo esconder, e como num feixe de luz onde os olhos se fecham, a verdade é escondida e as lagrimas vão caindo, fugindo, buscando o refugio do inconsciente.
Os olhos podem até ser o mais sensível de todos, mais até o mais sensível sabe como mostrar a cruel realidade. E como diz o ditado “o que os olhos não veem o coração não sente”. Serão os olhos a chave desse mistério?
Decifrando este enigma curricular tão fascinante e ao mesmo tempo tão complexo quanto ao amor, saberemos o quão importantes são.
Os olhos não servem apenas para ver, mas para enxergar tudo e todos que tentam a todo custo esconder o que não pode ser escondido.

Gustavo de Melo

Julgue-me se puder...

Ou se achar necessário, ainda vai dar no mesmo.

Já não é pra você uma questão de sobrevivência e sim de puro capricho, julgar aos outros, enfurece-los, culpa-los e não entende-los. Sempre foi característica sua querer escapar de culpa, de julgamentos externos, mas olha a ironia do destino, você sempre os julgou tão bem não é?

Seus julgamentos são sórdidos, mal feitos, mal selecionados, você julga sem poder, e mesmo sem esse direito você escolhe ser assim, por ser mais fácil, mais doce, e menos doloroso pra você, afinal julgar os outros consome grande parte do seu tempo e o fazendo você fica “livre” de seus problemas pequenos se comparados a grandiosidade dos problemas sociais. O mais intrigante é te conhecer tão bem e não saber o julgamento que você faz de mim, porque ora ele é uma coisa boa, ora é ruim, não é irônico imaginar que você deveria me conhecer como a palma de sua mão, mas você nunca se deu a esse trabalho? Não é irônico pensar que deveríamos ser melhores amigas? E é mais irônico pensar que seus julgamentos não deixam que isso aconteça, talvez irônico não seja adequado, e sim doloroso. É doloroso pensar que podia ser diferente se você tivesse me dado um espaço em sua vida, se você tivesse escolhido não me julgar, não se enfurecer com a minha dissimulação inocente que floresce sem querer a cada dia, se não se importasse com tudo isso que uso para me proteger de seus julgamentos.

Se me julgasse menos e se importasse mais já teria percebido o quão estou cansada de tentar desmanchar seus julgamentos errôneos, pra falar a verdade estou cansada de todos os julgamentos, estou cansada de tudo, estou cansada de fingir que nada acontece, enquanto tudo muda e só eu enxergo as mudanças, estou cansada da sua escultura tão perfeita e intocável construída por julgamentos, por conclusões precipitadas, por pré-conceitos, por pura ignorância mesmo, e quer saber você que se enfureça, brigue, esbraveje me ofenda, que procure uma saída e busque por mudanças, só nunca se esqueça que quando precisar ainda sou eu quem vai estar aqui.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Culpe-me então...



Culpe-me por suas angustias, por seu sofrimento, pela sua infelicidade, culpe-me por ser tão disposta a ajudar e por nunca encontrar retorno, culpe-me por te escutar, por te respeitar, por te defender, por querer o seu bem.
Culpe-me por enxergar o que ninguém mais vê, culpe-me por não conseguir me sentir feliz assim, culpe-me pela ausência que sinto de carinho, pelo medo que tenho de mudanças, culpe-me por ser tão pouco e ao mesmo tempo dar tanto de mim, culpe-me apenas por não merecer me esvair de tantas culpas.
Culpe-me por meus desejos, por me calar, por gritar tanto, culpe-me pelas minhas necessidades, pelo meu gosto pela escrita, por meus gostos diferentes, por minha preferência pelo obscuro, pela minha desobediência e desatenção, culpe-me por ser feliz, por ser triste, por ser eu.
Culpe-me pela minha sede de mundo, pela minha sede de vida, pelo meu jeito largado, por meu veneno evidente, por minha solidão sem motivo, pelos meus risos, por minhas lagrimas, culpe-me pelo meu egoísmo, pela minha necessidade de pessoas ao redor, pelo meu ciclo fechado,pela minha vida incompleta, culpe-me por existir.
Culpe-me por se quem sou então, ou melhor ainda, culpe-me por ser quem és. Culpe-me por tudo, já que sou tão indigna de sua compreensão, de seu carinho, de seu afeto. Culpe-me por não ser digna, por não ser responsável, por ser atrasada, por ser diferente. Culpe-me por discordar de você, por não te entender todas as horas, por não ser presente, por ver o seu lado antes do meu.
Culpe-me por ser tão pequena e mesquinha, tão fria, cauculista, sonhadora, culpe-me por estar com os outros, por não gostar do ambiente que me propõe. Culpe-me se quiser, se achar necessário e se não achar, serei sempre a culpada de algo na sua concepção, então apenas Culpe-me.