segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sobre perdas.

Sem entrelinhas, impessoalidade e terceira pessoa, perder é o auge da vida.

As perdas começaram quando ganhei o medo. Ganhei ele assim de presente, num dos 19 aniversários passados, ou quem sabe em todos eles e todo dia um pouco.  Com esse medo fui perdendo muita coisa, perdi muita infância, muita adolescência, muito amor, muitas pessoas, e me culpo por isso. Sempre tive medo de possibilidades e as responsabilidades que elas trariam, e me sinto perdendo a juventude. Me vejo calando a minha vida, os meus desejos, e a minha vontade imensa de derrubar edifícios, para construir coisas mais sólidas, com amor e carinho, mas tenho medo de amar, e assim, me vejo perdendo os valores que me faziam a menina maravilhosa que as pessoas viam.

E por irresponsabilidade juvenil, tenho me isolado num casulo, com medo de virar borboleta, pois virar borboleta é perder, e perder me causa náuseas. Mas como lidar com tudo isso? Quem nasceu pra perder nunca ganha, as vezes acha algo, mas logo em seguida isso lhe é tomado. Sempre ouvi dizer que há tempo pra tudo, e que não sabemos quando as coisas voltam pro caminho, e espero que quando suas malas voltarem, talvez haja tempo de ganhar e não mais perder.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Cartas genéricas a um canalha qualquer.



“Oi, eu não sei começar uma carta, ou qualquer coisa que envolva você, mas eu tenho algumas coisas pra te falar, a primeira delas é que você tá morando nos meus sonhos, nos meus planos, na minha vida, e eu não sei te falar se isso é bom, mas eu tô achando maravilhoso. A segunda é que você entrou nas minhas memórias, e que cada segundo daquele sábado, ou melhor daquela hora tão nossa quanto os outros coadjuvantes estão na minha mente, e que a cada segundo que eu poderia não pensar em nada, eu penso em você. A terceira delas é que, eu tenho vontade de te chamar de mor, de mormeu, de meu, ou de qualquer outra coisa que demonstre o quanto eu tenho sentido, e que a culpa de tudo isso é sua. A quarta e talvez a mais fofa delas é que, você me faz sorrir com bons dias, com a sua prepotência exacerbada, a sua totalidade em tudo, e que nós dois sabemos que não é assim. Eu queria parar de numerar as coisas, e ainda te dizer que eu quase não consegui parar de sorrir naquele dia em que você disse que os planos pro meu futuro estariam mudados a curto prazo e que eu ainda não era uma senhora, ou eu entendi errado ou a pretensão foi dizer que em pouco tempo eu seria a sua senhora, Senhor Prepotente. Ou ainda no dia em que você ficou chateado pelo meu relacionamento sério com a minha mor me chamando de desatenta e pedindo por “carinho”, mas nunca com essas palavras. Você deixou o meu dia absurdamente mais feliz em vários aspectos, como naquele dia em que a minha música preferida disse tudo aquilo de que não falamos, mas que eu não tenho sentido sozinha.Me lembro bem quando você disse que eu gostaria muito de você, pois bem você acertou, e acertou em tantas coisas mais que eu não consigo demonstrar em palavras. São tantos dias sem te ver e eu te sinto tanto aqui, do meu lado, até mesmo quando as operadoras nos obrigam a sentir saudade, é menino, acho que você mudou definitivamente os meus planos, as minhas vontades e quiçá alguma visão de futuro. É, eu não sei aonde vamos parar com tudo isso, talvez paremos num apartamento, com duas crianças numa noite de chuva, ou ainda no esquecimento, eu não sei, a unica certeza que eu tenho hoje é que eu não quero que tenha fim, espero que você também pense assim.”

Palavras que não ferem mais, adeus.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Fracasso ...

A linha tênue entre o sonho e o precipício findou-se, caíram folhas, reis, magos, mulheres e mocinhas, faltou o chão e tudo foi por água a baixo, e agora por onde seguir?


Na estrada, só há descaminho para todos os lados, gritar o sucesso sempre foi a maior forma de fracasso, pois bem, tarde demais.

terça-feira, 6 de maio de 2014

Talqualvive, talqualmorre

Da vida, engraçada, querida, sofrida, que finda, como uma brincadeira de fim de tarde, que fica como uma lata vazia.



E vive, mas morre, e se faz-re-faz nas folhas dos montes, nas flores da primavera, e que finda no outono, e abre caminhos que questionam o entendimento humano, e enfraquecem a fé, e enfraquecem o espirito, pois quando finda, leva consigo a ideia de algo amado, querido, que não podia ter partido, que não podia ficar vazio.

E nessa de talqualvive, talqualmorre, só sobra uma certeza fria, de que nada vale a vida, pois as peças de um destino inexistente são pregadas, e ele gargalha, enquanto se chora as lamurias de não se saber viver.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Desabafo de um coração cansado.

Nos dias que decorreram após um grande cansaço, e a quebra dos paradigmas se passaram, cortou o cabelo, para que assim,  não cortasse os pulsos e as veias que ligavam todas as relações essenciais e vitais que faziam ponte com o mundo exterior. Mudou o modo, as cores e deixou algo na alma morrer, pois sempre foi consumida demais pelas expectativas externas, e deixou que o tempo passasse. Conquistou pequenos sucessos, coisas que qualquer um no seu lugar, acharia a coisa mais estupenda do mundo, calou seu semi-fracasso e prosseguiu. Calou amores, calores, sucumbiu o coração, o trocou por pedras, e seguiu fingindo que era feliz. Alguns meses depois, e mais um corte, cortou as pontas, para que os vínculos não crescessem, e mesmo contra a sua vontade cresceram. O coração de pedra, foi despedaçado por um barbudo, que no fim das contas era um sapo da pior espécie e teimosamente floriu por um semi-príncipe com data marcada para ser feliz e eterno. Nesse entremeio caiu no abismo, pulou da ponte, pois nada a supre mais, as pequenas alegrias, os bons conselhos, ou a cerveja na sexta-feira não suprem a falta, mas a falta de quê?

A falta dela, de uma cor nova, da alma. A falta de algo que se perdeu quando o mundo dos adultos entrou na história, matou a menina, mas se esqueceu de trazer a mulher cheia de vida, que essa pobre e iludida menina pensou que um dia seria. Faltou trazer o amor, faltou trazer qualquer coisa satisfatória pra uma alma exigente, faltou ela, eu, você e todas as coisas que se podem ver.

Tá faltando vida na vida dessa menina, e quem pode mudar sua sina?




terça-feira, 8 de abril de 2014

Há descaminhos em meus passos..

Flores mortas em todos os canteiros, uma incerteza infinita nos corações, e o relógio aponta que já passou da hora de partir.



Mas, pra onde ir? Se as portas já se fecharam e as janelas possuem travas anti-coração-roubado. Pra onde correr, se o gelo já habitou tudo o que ali existiu? Como florir, se outras flores já ocuparam o jardim?

A estrada, sem chão, com uma luz na contramão, piscando cada dia mais forte, chamando pra ficar. E agora, o que fazer?