Sem entrelinhas, impessoalidade e terceira pessoa, perder é o auge da vida.
As perdas começaram quando ganhei o medo. Ganhei ele assim de presente, num dos 19 aniversários passados, ou quem sabe em todos eles e todo dia um pouco. Com esse medo fui perdendo muita coisa, perdi muita infância, muita adolescência, muito amor, muitas pessoas, e me culpo por isso. Sempre tive medo de possibilidades e as responsabilidades que elas trariam, e me sinto perdendo a juventude. Me vejo calando a minha vida, os meus desejos, e a minha vontade imensa de derrubar edifícios, para construir coisas mais sólidas, com amor e carinho, mas tenho medo de amar, e assim, me vejo perdendo os valores que me faziam a menina maravilhosa que as pessoas viam.
E por irresponsabilidade juvenil, tenho me isolado num casulo, com medo de virar borboleta, pois virar borboleta é perder, e perder me causa náuseas. Mas como lidar com tudo isso? Quem nasceu pra perder nunca ganha, as vezes acha algo, mas logo em seguida isso lhe é tomado. Sempre ouvi dizer que há tempo pra tudo, e que não sabemos quando as coisas voltam pro caminho, e espero que quando suas malas voltarem, talvez haja tempo de ganhar e não mais perder.












